Iê! Faz muito tempo
Me dói só de lembrar
Que o negro era escravo
Apanhava sem parar
Acordava bem cedinho
E com a dor da chibatada
Que ardia e não passava
Ia pro mato trabalhar
Trabalhava noite e dia
Não sonhava e mal dormia
E nem tinha tempo pra rezar
Por causa de tanta angústia
O negro fez uma luta
E fingiu ser uma dança
Pra poder se libertar
Assustada com essa dança
Que tinha gosto de vingança
A polícia proibiu
E tentou acabar assim
Com a capoeira no Brasil
Mas nada disso adiantou
A capoeira foi mais forte
Venceu o ódio e se firmou
O negro agora é livre
O pesadelo já passou
Capoeira hoje é vida
É arte, é poesia
É mistério, é sentimento
É vontade de vencer
É vontade de cantar
O laê laê lá
Ô lêlê
CORO
Que a baiana já mandou
Do dendê e acarajé
Todo mundo já provou
Lá no Planalto Central
Meu mestre quem me falou
Tem que ser camaleão
Para ser bom jogador
CORO
Bahia, terra dos santos
Você tem que ir lá provar
Que não joga capoeira
Tem que saber requebrar
CORO
Na América do Norte
A terra faz balançar
E a ginga do capoeira
Também já chegou por lá
CORO
No centro do meu Brasil
É onde fica a capital
Também tem capoeira pura
No Distrito Federal
CORO
Capoeira é minha arte
Pelo mundo se espalhou
O jeito do brasileiro
Nela já se incorporou
CORO
De cima do morro
Tava cachoeira
Escutei água cantar
No meio da mata
Vi ninho de cobra
Por cima do morro
Avistei o carcará
Eu ouvi a água cantar
Lá na mata, ê chuá (2x)
O lala ê lelê
Ê chuá
O lalaê leá
Ê chuá
O lala ê lelê
Ê chuá (Coro)
A faca que queima
Escorrega na mangueira
No coro de um negro
Fazia ele gritar
Ele se vingava
Leva sua preta
Pra curar suas feridas
Nas belas cachoeiras
CORO
O couro do boi
Era feito o chicote
E capataz
Que gostava de bater
O boi foi comido
Pela fome e a vingança
Capataz foi morto
Porque tinha que morrer
CORO
Que eu vou, que eu vou morar
Tomar água de côco verde
Me embalar dentro de uma rede
Tomar água de côco verde
Me embalar dentro de uma rede
(Coro)
E no final de tarde
Ao som de um biriba viola
De um gunga e um médio
Jogar regional e angola
De um gunga e um médio
Jogar regional e angola
É na beira do mar…
E quando o sol descansa
E a lua brilhando aparece
Capoeira não pode faltar
É a hora que o corpo aquece
Capoeira não pode faltar
É a hora que o corpo aquece
É na beira do mar…
E bem de manhãzinha
Eu quero é poder navegar
Ir pras ondas do mar
Com a benção de mãe Iemanjá
Ir pras ondas do mar
Com a benção de mãe Iemanjá
Eu vou, eu vou
Eu vou navegar nas ondas do mar
Eu vou, eu vou navegar
Eu vou, eu vou
Eu vou navegar nas ondas do mar
Eu vou, eu vou navegar
É na beira do mar…
Toda Bahia chorou
Toda Bahia chorou
No dia em que a Capoeira de Angola
Perdeu seu protetor
Mestre Pastinha foi embora
Oxalá quem o levou
Lá pras terras de Aruanda
Mas ninguém se conformou
Chorou general, chorou menino
Chorou mocinha, chorou doutor
Preta Velha, feiticeiro
Oganzi, Babalaô
Berimbau tocou Iúna
Um toque triste de Mestre
E a capoeira foi jogada
Ao som da triste canção
Da boca do mandingueiro
De dentro do coração
E não houve na Bahia
Quem não cantasse esse refrão
Iê! Lá vai menino
Mostra o que o Mestre ensinou
Mostra que arrancaram a planta
Mas a semente brotou
E se for bem cultivada
Vai dar bom fruto e bela flor
Ai, ai, Aidê (Coro)
Joga bonito
Que eu quero aprender
CORO
Mestre Pastinha,
Cantei pra você
CORO
Meu amor quando se zanga
Vira bicho de peçonha
Morde de arrancar pedaços
Fura e rasga quando arranha
A raiva do meu amor
Menino não é brincadeira
Não tem cabra bom de briga
Nem bamba de capoeira
Mas quando a raiva se passa
Meu amor se enche de graça
Fica igualzinho a uma flor
Quebra pau, pau quebra (Coro)
Quero ver o pau quebrar
CORO
Até o dia clarear
CORO
Quero ver o pau quebrar
Uma luta que era o maculelê
Virou dança para não morrer
Capoeira, cruzeiro, cerrado
Roda aberta pra quem quer jogar
O meu mestre quer ver você balançar
O meu mestre quer ver você balançar
O meu mestre quer ver você balançar (Coro)
Angola, angoleiro
Benguela e regional
Chamada para o camará
Angola, angoleiro
Benguela e regional
Chamada para o camará (Coro)
Chamada para o camará
Chama eu, chama eu
Chama eu Angola, chama eu (Coro)
Foi numa viajem pra África
O meu mestre esteve lá
Em busca dos fundamentos
Da nossa capoeira,
Oi, chama eu
Coro
Ouvi falar do Imbundeiro
Que se faz casa pra morar
Falar dos negros Kuanyama
É uma tribo que tem lá,
Oi, chama eu
Coro
O dinheiro é o kwanza
O quimbundo é pra falar
Capoeira vai crescendo
Passo lá pra derrubar
Oi, chama eu
Coro
Cantar Díonisio Rocha
Diferente no cantar
O povo diz pajinê
Pedindo paz para o lugar
Oi, chama eu
Coro
Muxima é coração
Que bate forte ao chegar
Parece que diz baixinho
Me leve um pouco pra lá,
Oi, chama eu
Coro
Cabeçada é Quitunga
Luanda é a capital
Atabaque é N’gomma
Ungo vira berimbau,
Oi, chama eu
Coro
Negro nascido na terra
Não pode no chão pisar
Pode ser campo minado
A guerra ainda tá lá
Oi, chama eu
Coro
O tempo lá vai rolando
Em Maná e Niebê
Quando ele me abençoar
Eu vou lá te conhecer
Oi, chama eu
Coro
No museu da escravatura
Eu também estive lá
Dalí saíram escravos
Pro Brasil pra trabalhar,
Oi, chama eu
Coro
Eu passei lá na Canjala
Também pude observar
É alí que o negro chora
E ninguém pra lhe ajudar,
Oi, chama eu
Coro
Jogar capoeira de Angola
Não é brincadeira
Menino vem ver, lê lê
Com a cabeça no chão
Vai saindo de aú
Completando rolê (Coro)
Eu fui lá no cais da Bahia
Jogar capoeira
Lembrei de Pastinha e Seu Aberrê, lê lê
Capoeira de Angola
Não é brincadeira
Menino vem ver
CORO
Meu mestre sempre me falou
Solte o corpo menino
Deixe ele falar
Tem que ter sentimento
Para capoeira de Angola jogar
CORO
Você diz que entra na roda
Com ginga de corpo, sabe balançar
Tem que ser mandingueiro
Para capoeira de Angola jogar
CORO
Vem, começou a roda iôiô
Começou o canto iáiá (Coro)
CORO
Do sangue que corre nas veias
Do corpo que baila no ar
Da malícia do negro escravo
Que luta pra não apanhar
CORO
Capoeira é arte, é magia
É força pra se libertar
É um canto que ecoa na areia
Embalando as ondas do mar
CORO
Berimbau tá chamando, menino
Chamando você pra jogar
Do toque que toca no peito
Levando o corpo a gingar
CORO
Põe tempero nesse jogo
Que a baiana já mandou
Do dendê e acarajé
Todo mundo já provou
Lá no Planalto Central
Meu mestre quem me falou
Tem que ser camaleão
Para ser bom jogador
CORO
Bahia, terra dos santos
Você tem que ir lá provar
Que não joga capoeira
Tem que saber requebrar
CORO
Na América do Norte
A terra faz balançar
E a ginga do capoeira
Também já chegou por lá
CORO
No centro do meu Brasil
É onde fica a capital
Também tem capoeira pura
No Distrito Federal
CORO
Capoeira é minha arte
Pelo mundo se espalhou
O jeito do brasileiro
Nela já se incorporou
CORO
Toda Bahia chorou
Toda Bahia chorou
No dia em que a Capoeira de Angola
Perdeu seu protetor
Mestre Pastinha foi embora
Oxalá quem o levou
Lá pras terras de Aruanda
Mas ninguém se conformou
Chorou general, chorou menino
Chorou mocinha, chorou doutor
Preta Velha, feiticeiro
Oganzi, Babalaô
Berimbau tocou Iúna
Um toque triste de Mestre
E a capoeira foi jogada
Ao som da triste canção
Da boca do mandingueiro
De dentro do coração
E não houve na Bahia
Quem não cantasse esse refrão
Iê! Lá vai menino
Mostra o que o Mestre ensinou
Mostra que arrancaram a planta
Mas a semente brotou
E se for bem cultivada
Vai dar bom fruto e bela flor
Ai, ai, Aidê (Coro)
Joga bonito
Que eu quero aprender
CORO
Mestre Pastinha,
Cantei pra você
CORO
Quando meu mestre se foi
Toda Bahia chorou
Iaiá ioiô
Iaiá ioiô
Iaiá ioiô (Coro)
Oi menino com quem tu aprendeu?
Oi menino com quem tu aprendeu?
Aprendeu a jogar capoeira, aprendeu
Quem me ensinou já morreu
Quem me ensinou já morreu
O seu nome está gravado
Na terra onde ele nasceu
Salve o Mestre Bimba
Salve a Ilha de Maré
Salve o mestre quem me ensinou
A mandinga de bater com o pé
Iaiá ioiô
CORO
Mandingueiro, veio de malemolência
Era ligeiro meu mestre
Que jogava conforme a cadência
No bater do berimbau
Salve o Mestre Bimba
Criador da Regional
Salve o Mestre Bimba
Criador da Regional
Iaiá ioiô
CORO
Aprendeu meia-lua, aprendeu
Martelo e rabo-de-arraia
Jogava no pé da ladeira
Muitas vezes na beira da praia
Salve São Salvador
Salve a Ilha de Maré
Salve o mestre quem me ensinou
A mandinga de bater com o pé
Iaiá ioiô
CORO
Quando meu mestre se foi
Toda Bahia chorou
Iaiá ioiô
CORO
Certa vez
Perguntaram a Seu Pastinha
O que era a capoeira
E ele, mestre velho e respeitado
Ficou um tempo calado
Revirando a sua alma
Depois respondeu com calma
Em forma de ladainha:
“A capoeira
É um jogo, é um brinquedo
É se respeitar o medo
E dosar bem a coragem
É uma luta
É manha de mandingueiro
É o vento no veleiro
É um lamento na senzala
É um corpo arrepiado
Um berimbau bem tocado
O riso de um menininho
Capoeira é o vôo de um passarinho
Bote de cobra coral
Sentir na boca
Todo o gosto do perigo
E sorrir para inimigo
Apertar a sua mão
É o grito de Zumbi
Ecoando no quilombo
É se levantar de um tombo
Antes de tocar o chão
É o odio
E a esperança que nasce
Um tapa explodiu na face
Foi arder no coração
Enfim
É aceitar o desafio
Com vontade de lutar
Capoeira é um pequeno navio
Solto nas ondas do mar (Coro)
É um barquinho pequenino, ô iaiá
CORO
Bem mansinho
Benguela pra jogar mansinho
Benguela pra jogar mansinho
Vou voltar para jogar (2x)
Meu avô sempre dizia
Fofocar não é pra macho
Passarinho que acompanhou morcego
Amanheceu de cabeça pra baixo
CORO
Pra os cabras da língua grande
Que se faz de uma donzela
Dou um boi pra não entrar na briga
E uma boiada pra não sair dela
CORO
Invejoso está por baixo
Por isso não tenho medo
Enxergo sua navalha
Escondida em seus dedos
CORO
A benguela chamou pra jogar
A benguela chamou pra jogar (Coro)
Capoeira
Tudo come�çou assim
Hoje eu tenho que lembrar
De Maria Martinha do Bonfim
Luiz Cândido Machado
Que eram os pais de Mestre Bimba
Manoel dos Reis Machado
CORO
Em mil e novecentos,
Este fato aconteceu
Em vinte e tr�ês de novembro
O Mestre Bimba nasceu
CORO
Bimba assim dizia
Tocando seu berimbau
Sentado no velho banco
Ensinando a Regional
CORO
Nos dias de formatura
Era obrigado a jogar
O São Bento Grande
E o toque de Iúna
A benguela não podia sujar
CORO
Em cinco de fevereiro
Do ano de setenta e quatro
Esta tristeza aconteceu
Na cidade de Goiânia
Mestre Bimba faleceu
Casei meu sangue com Deus
E jurei ao pé da cruz
Que eu iria me vingar
Vingança essa muito séria
Em que eu tinha que lutar
Com um negro muito forte
Que só jogava para matar
Mas o tempo foi passando
E eu fiquei a imaginar
Que pra ser bom capoeira
Tem que ter bom fundamento
e muita ginga pra jogar
Que pra ser bom capoeira
Tem que ter bom fundamento
e muita ginga pra jogar
Eu não carrego medo
Mas agüento com a mandinga
E carrego um patuá
Olha aqui, meu camarada
Se queres jogar, vamos lá
Se queres jogar, vamos lá
Ê, ê, ê, berimbau
Zum, zum, zum,
Cordão de ouro
Ê, ê, ê, berimbau
Zum, zum, zum,
Cordão de ouro
Meu berimbau instrumento genial
Meu berimbau você é fenomenal (Coro)
Berimbau instrumento de uma corda
Toca paz e toca guerra
E também chula de amor
Entro na roda
Logo vou te ‘acarinhando’
Com a baqueta e a moeda
Minha chula eu vou cantando
CORO
Prepare o arame
Envergue a madeira de Jequitibá
Traz a moeda e a cabaça
E o caxixi da feira que eu quero tocar
Meu berimbau lê lê
Meu berimbau camará
Ele é enfeitado com laços de fita
E as conchas do mar (Coro)
Eu enfrento o sereno
Disfarço o veneno nessa solidão
Toco São Bento Grande
São Bento Pequeno
Conforme a razão
Na roda o medo não cala
Moleque aprende a lição
Com as mãos na senzala
Negro se ajoelha fazendo oração
CORO
Vem menino vem
Descendo a ladeira
No cais dourado vai ter capoeira pra matar
Dança morena façeira
Baqueia na beira do mar
Negro velho de bobeira
Veio da Gameleira
Chegou para jogar
CORO
Faca de Tucum
Matou Besouro Mangangá
Faca de Tucum
Matou Besouro Mangangá (Coro)
Diz a história que mataram seu Besouro
Foi na Bahia, Santo Amaro em Salvador
Morreu deitado dentro de rede de corda
De nada valeu mandinga
Da traição não se salvou
CORO
Corpo fechado, magia com reza forte
Da vida não levava lição de ninguém
Cordão de Ouro, também chamado Besouro
Hoje joga capoeira
Com os mestres no além
CORO
Dormi sonhando
Com o berimbau tocando
Vejo uma roda com Besouro e Paraná
Fico lembrando desses mestres do passado
Sinto um desejo danado de capoeira jogar
CORO
Quem é você que acaba de chegar
Quem é você que acaba de chegar (Coro)
Eu sou Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Eu vim lá de Santo Amaro
Vim aqui só pra jogar
CORO
Eu sou Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Ando com corpo fechado
Carrego meu patuá
CORO
Me chamam Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Bala de rifle não me pega
Que dirá faca de matar
CORO
Aqui em Maracangalha
Você não vai escapar
Contra faca de tucum
Ninguém pode se salvar
CORO
Eu não sou daqui
Capoeira (Coro)
Eu sou de São Salvador
Eu fui discípulo de Bimba
Foi ele quem me ensinou,
Eu quero ver
CORO
Eu quero ouvir berimbau
Eu quero ver a rasteira
Na Angola e Regional,
Eu não sou daqui
CORO
Eu sou de São Salvador
Eu fui discípulo de Bimba
Foi ele quem me ensinou
Quando meu mestre se foi
Toda Bahia chorou
Iaiá ioiô
Iaiá ioiô
Iaiá ioiô (Coro)
Oi menino com quem tu aprendeu?
Oi menino com quem tu aprendeu?
Aprendeu a jogar capoeira, aprendeu
Quem me ensinou já morreu
Quem me ensinou já morreu
O seu nome está gravado
Na terra onde ele nasceu
Salve o Mestre Bimba
Salve a Ilha de Maré
Salve o mestre quem me ensinou
A mandinga de bater com o pé
Iaiá ioiô
CORO
Mandingueiro, veio de malemolência
Era ligeiro meu mestre
Que jogava conforme a cadência
No bater do berimbau
Salve o Mestre Bimba
Criador da Regional
Salve o Mestre Bimba
Criador da Regional
Iaiá ioiô
CORO
Aprendeu meia-lua, aprendeu
Martelo e rabo-de-arraia
Jogava no pé da ladeira
Muitas vezes na beira da praia
Salve São Salvador
Salve a Ilha de Maré
Salve o mestre quem me ensinou
A mandinga de bater com o pé
Iaiá ioiô
CORO
Quando meu mestre se foi
Toda Bahia chorou
Iaiá ioiô
CORO
Chora Capoeira Chora capoeira
Capoeira chora
Chora capoeira
Mestre Bimba foi embora (coro)
Mestre Bimba foi embora
Mas deixou jogo bonito
Deve estar jogando agora
Numa roda no infinito
CORO
Chora capoeira
Capoeira chora
Chora capoeira
Mestre Bimba foi embora
CORO
Prepare o corpo
Que o espírito esquentou
Sou capoeira
Onde tem biriba eu tô
Sou capoeira
Onde tem biriba eu tô (Coro)
Que luta é essa
De malícia e brincadeira
Só quem sabe é o capoeira
Muito cabra já tombou
CORO
E a capoeira
Que nasceu foi na Bahia
Todos sabem que hoje em dia
Pelo mundo se espalhou
CORO
E hoje em dia
Agradeço a Mestre Bimba
Que com toda sua mandinga
Regional ele criou
CORO
Oi, da Bahia
Todo mundo quer falar
Quem joga capoeira
E quem nunca foi por lá (Coro)
Brasília é minha terra
e daqui não saio mais
Mas as belezas da Bahia
Não esquecerei jamais
CORO
Lá do farol da Bahia
Vejo o Mercado Modelo
A igreja do Bonfim
e a Baixa do Sapateiro
CORO
Lemba do Barro Vermelho
Muito já ouvi cantar
É lenda de capoeira
Difícil de se explicar
CORO
Na Lapinha e na Ribeira
Muita gente ia ver
Roda de capoeira
Com Pastinha e Aberrê
CORO
Jogar capoeira de Angola
Não é brincadeira
Menino vem ver, lê lê
Com a cabeça no chão
Vai saindo de aú
Completando rolê (Coro)
Eu fui lá no cais da Bahia
Jogar capoeira
Lembrei de Pastinha e Seu Aberrê, lê lê
Capoeira de Angola
Não é brincadeira
Menino vem ver
CORO
Meu mestre sempre me falou
Solte o corpo menino
Deixe ele falar
Tem que ter sentimento
Para capoeira de Angola jogar
CORO
Você diz que entra na roda
Com ginga de corpo, sabe balançar
Tem que ser mandingueiro
Para capoeira de Angola jogar
CORO
Olha lei do cão, lê lê
Olha lei da pimenta
Olha lei do cão, lê lê
Olha lei da pimenta (Coro)
Olha o sangue, o chicote
O negro tá no tronco
E não pede clemência, lê lê
CORO
Oi eu vou falar, vou tornar a repetir
Capoeira que é bamba escorrega
Mas desce sem cair, lê lê
CORO
Capoeira, menino, é luta de valente
Num ritmo danado, num pique arretado
Que mexe com agente, lê lê
CORO
Capoeira menino, é bonita de ver
É melhor de fazer
Dona Alice me disse dá chapa de frente
E aú com rolê, lê lê
CORO
Põe no chão
Que eu quero ver, caboclo
Põe no chão
Que eu quero ver sinhá (Coro)
O cabra tá assustado
Tá com medo de apanhar
Tá se escondendo na roda
Mas não vai me escapar
CORO
O caboclo já fez sua jura
Partiu pro jogo de corpo fechado
No pescoço tinha um patuá
E pedia forças para Oxalá
CORO
Oi me dá forças pra jogar capoeira
Oi me dá foças pra tocar o berimbau
O desafio já está lançado
Faca de ponta vai lhe furar
coro
O berimbau
Na roda de capoeira
Certa vez silenciou
Até parece
Que isso é coisa do passado
Ver um homem ajoelhado
Porque seu gunga quebrou
Ai que tristeza
Como dói no coração
Também sofri, chorei
É porque eu compreendia
Pois também naquele dia
Eu ganhei meu berimbau
Perguntei qual o seu nome
Ele então me respondeu:
“Eu me chamo capoeira
da pedra de camafeu”
Será que meu Deus conhece
Quando a tristeza padece
Eu toco o meu berimbau
Se berimbau não falasse
Eu não falava também
Não jogava a capoeira
E não gostava de ninguém
Mas o meu berimbau fala
Fala berimbau
Joga a capoeira
Camafeu está chorando
Dizendo desta maneira, camará
Fala berimbau
Joga a capoeira
Camafeu está chorando
Dizendo desta maneira (Coro)
CORO
Dois capoeiras rezavam abaixados
Ao pé do berimbau
Dois capoeiras rezavam abaixados
Ao pé do berimbau
Berimbau bateu, Camafeu
Chamou pra jogar (Coro)
Olha a mulata dos olhos verdes
E saia rendada
Olha a mulata dos olhos verdes
E saia rendada
Água de côco
Colar de contas e patuá
Água de côco
Colar de contas e patuá
CORO
Iaiá já é tardinha
O mercado vai fechar
Capoeira vai pra rua
Já é hora de jogar
CORO
Na volta que o mundo deu
Na volta que o mundo dá
E quando amanhecer
Tudo vamos começar
Dá licença moço, dá licença
Que eu quero passar
Dá licença moço, dá licença
Que eu quero passar
CORO
Mas cadê mestre Pastinha
Que tinha oitenta prá lá
E ainda jogava capoeira
Com quem tem vinte pra cá
Dá licença moço, dá licença
Que eu quero passar
Dá licença moço, dá licença
Que eu quero passar
CORO
Iaiá, ô iaiá (Coro)
Acende o candieiro, iaiá
Só a luz ofuscante da candeia
e o clarão da lua cheia
É que faz o terreiro clarear
Hoje tem festa
no Quilombo dos Palmares
Já se ouve pelos ares
o som estridente do tambor
Ioiô, no rabo de arraia certeiro
No jogo de angola rasteiro
No bote da cobra coral
Com a ligeireza de um raio
Destreza fundamental
Quem paga o pato é o Capitão-do-mato
Na luta do bem contra o mal, ô iaiá
CORO
Ê, balança na barra da saia
Levanta sacode a poeira do chão
Oi abre a roda que agora o pau vai comer
No samba duro angolano
Na ginga do maculelê (2x)
E quem tem sangue quilombola não cai
Finge que vai mas não vai
Risca seu nome no vento
Rei Cangazumba vem dar início ao festejo
O pagode é um lampejo
que comanda o ritual
E o seu lamento era um grito de guerra
que ecoava pela terra
Tornando o quilombo imortal, ô iaiá
CORO
Lembrança da escravidão
De um negro na senzala
Tá gravada na mente
De um preto velho que fala
Uma dança diferente
Do negro se defender
Se você não der no preto
O preto dá em você
Capataz quer me bater
Meu Deus, não sei por que
Capataz quer me bater
Eu não fiz por merecer (2x) (Coro)
Tem mancha de sangue no tronco
É sinal de sofrimento
E quando o negro fugia
Pra morte faz juramento
Capataz é destemido
Diz que o negro vai buscar
E voltava carregado
Da mata capoeira
CORO
Você diz que é capoeira
Fala muito e não faz nada
Quero ver entrar na roda
Vacilar tomar porrada
Uma arte brasileira
Que mistura o bem e o mal
O sangue do negro é vinho
Dentro do canavial
CORO
Bahia que tem dendê
Bahia que tem dendê (Coro)
Bahia, minha Bahia
Sinto saudades de você
CORO
Bahia da capoeira
Como é bonita de se ver
CORO
Bahia de Mestre Bimba
Valdemar e Aberrê
CORO
Bahia de Santo Amaro
Terra do Maculelê
CORO
Bahia, minha Bahia
Fico longe de você
CORO
Bahia que é minha terra
E lá quero morrer
CORO
Capoeira, manha de preto velho
Nascida no tempo da escravidão
Capoeira levou a raça negra
Ao caminho de sua libertação
Eu vou dizer à você
E digo do fundo meu coração
Essa dança, essa luta brasileira
Faz o povo vibrar de emoção
De Nova Iorque ao México
Ou do Rio de Janeiro até o Japão
É no toque do berimbau viola
Seja São Bento Grande ou Angola
É que o jogo rola normalmente
Vou dizer
Ê, ê , ê, capoeira é do povo
Ê, ê , ê, que jeito de lutar diferente
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala (Coro)
Ai, o chicote batia
No meu tronco de valia
O meu corpo tremia
E meu sangue escorria
CORO
Mas o nê�go não desistia
Na necessidade de sobreviver
Falava mais alto e ele mesclava
Jogava capoeira pra valer
CORO
Zumbi foi morto nos quilombos
Quase que todos destruídos
Mas o nê�go com sua vontade
Resistiu mesmo assim
CORO
Ai, o chicote me batia
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
O meu corpo tremia
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
E meu sangue escorria
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
Tudo isso acabou
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
Vou embora…
Iê! Faz muito tempo
Me dói só de lembrar
Que o negro era escravo
Apanhava sem parar
Acordava bem cedinho
E com a dor da chibatada
Que ardia e não passava
Ia pro mato trabalhar
Trabalhava noite e dia
Não sonhava e mal dormia
E nem tinha tempo pra rezar
Por causa de tanta angústia
O negro fez uma luta
E fingiu ser uma dança
Pra poder se libertar
Assustada com essa dança
Que tinha gosto de vingança
A polícia proibiu
E tentou acabar assim
Com a capoeira no Brasil
Mas nada disso adiantou
A capoeira foi mais forte
Venceu o ódio e se firmou
O negro agora é livre
O pesadelo já passou
Capoeira hoje é vida
É arte, é poesia
É mistério, é sentimento
É vontade de vencer
É vontade de cantar
O laê laê lá
Ô lêlê
CORO
Prepare o corpo
Que o espírito esquentou
Sou capoeira
Onde tem biriba eu tô
Sou capoeira
Onde tem biriba eu tô (Coro)
Que luta é essa
De malícia e brincadeira
Só quem sabe é o capoeira
Muito cabra já tombou
CORO
E a capoeira
Que nasceu foi na Bahia
Todos sabem que hoje em dia
Pelo mundo se espalhou
CORO
E hoje em dia
Agradeço a Mestre Bimba
Que com toda sua mandinga
Regional ele criou
CORO
Capoeira, manha de preto velho
Nascida no tempo da escravidão
Capoeira levou a raça negra
Ao caminho de sua libertação
Eu vou dizer à você
E digo do fundo meu coração
Essa dança, essa luta brasileira
Faz o povo vibrar de emoção
De Nova Iorque ao México
Ou do Rio de Janeiro até o Japão
É no toque do berimbau viola
Seja São Bento Grande ou Angola
É que o jogo rola normalmente
Vou dizer
Ê, ê , ê, capoeira é do povo
Ê, ê , ê, que jeito de lutar diferente
Prepare o arame
Envergue a madeira de Jequitibá
Traz a moeda e a cabaça
E o caxixi da feira que eu quero tocar
Meu berimbau lê lê
Meu berimbau camará
Ele é enfeitado com laços de fita
E as conchas do mar (Coro)
Eu enfrento o sereno
Disfarço o veneno nessa solidão
Toco São Bento Grande
São Bento Pequeno
Conforme a razão
Na roda o medo não cala
Moleque aprende a lição
Com as mãos na senzala
Negro se ajoelha fazendo oração
CORO
Vem menino vem
Descendo a ladeira
No cais dourado vai ter capoeira pra matar
Dança morena façeira
Baqueia na beira do mar
Negro velho de bobeira
Veio da Gameleira
Chegou para jogar
CORO
Certa vez
Perguntaram a Seu Pastinha
O que era a capoeira
E ele, mestre velho e respeitado
Ficou um tempo calado
Revirando a sua alma
Depois respondeu com calma
Em forma de ladainha:
“A capoeira
É um jogo, é um brinquedo
É se respeitar o medo
E dosar bem a coragem
É uma luta
É manha de mandingueiro
É o vento no veleiro
É um lamento na senzala
É um corpo arrepiado
Um berimbau bem tocado
O riso de um menininho
Capoeira é o vôo de um passarinho
Bote de cobra coral
Sentir na boca
Todo o gosto do perigo
E sorrir para inimigo
Apertar a sua mão
É o grito de Zumbi
Ecoando no quilombo
É se levantar de um tombo
Antes de tocar o chão
É o odio
E a esperança que nasce
Um tapa explodiu na face
Foi arder no coração
Enfim
É aceitar o desafio
Com vontade de lutar
Capoeira é um pequeno navio
Solto nas ondas do mar (Coro)
É um barquinho pequenino, ô iaiá
CORO
Quem é você que acaba de chegar
Quem é você que acaba de chegar (Coro)
Eu sou Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Eu vim lá de Santo Amaro
Vim aqui só pra jogar
CORO
Eu sou Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Ando com corpo fechado
Carrego meu patuá
CORO
Me chamam Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Bala de rifle não me pega
Que dirá faca de matar
CORO
Aqui em Maracangalha
Você não vai escapar
Contra faca de tucum
Ninguém pode se salvar
CORO
No meio da mata
De cima do morro
Tava cachoeira
Escutei água cantar
No meio da mata
Vi ninho de cobra
Por cima do morro
Avistei o carcará
Eu ouvi a água cantar
Lá na mata, ê chuá (2x)
O lala ê lelê
Ê chuá
O lalaê leá
Ê chuá
O lala ê lelê
Ê chuá (Coro)
A faca que queima
Escorrega na mangueira
No coro de um negro
Fazia ele gritar
Ele se vingava
Leva sua preta
Pra curar suas feridas
Nas belas cachoeiras
CORO
O couro do boi
Era feito o chicote
E capataz
Que gostava de bater
O boi foi comido
Pela fome e a vingança
Capataz foi morto
Porque tinha que morrer
CORO
Uma luta que era o maculelê
Virou dança para não morrer
Capoeira, cruzeiro, cerrado
Roda aberta pra quem quer jogar
O meu mestre quer ver você balançar
O meu mestre quer ver você balançar
O meu mestre quer ver você balançar (Coro)
Angola, angoleiro
Benguela e regional
Chamada para o camará
Angola, angoleiro
Benguela e regional
Chamada para o camará (Coro)
Chamada para o camará
Iê! Faz muito tempo
Me dói só de lembrar
Que o negro era escravo
Apanhava sem parar
Acordava bem cedinho
E com a dor da chibatada
Que ardia e não passava
Ia pro mato trabalhar
Trabalhava noite e dia
Não sonhava e mal dormia
E nem tinha tempo pra rezar
Por causa de tanta angústia
O negro fez uma luta
E fingiu ser uma dança
Pra poder se libertar
Assustada com essa dança
Que tinha gosto de vingança
A polícia proibiu
E tentou acabar assim
Com a capoeira no Brasil
Mas nada disso adiantou
A capoeira foi mais forte
Venceu o ódio e se firmou
O negro agora é livre
O pesadelo já passou
Capoeira hoje é vida
É arte, é poesia
É mistério, é sentimento
É vontade de vencer
É vontade de cantar
O laê laê lá
Ô lêlê
CORO
Eu Sou Negro, Eu Sou Jogador
Eu sou negro, eu sou jogador
Vivia nesta cela fria
Esses negros, os escravos
São carrascos do feitor
Mas um dia ele distraído
A meia-lua o matou
Eu fugi acorrentado
A linda morena me encontrou
A corrente era de aço
Então por tanto não se arrebentou
Ela então olhou pra mim
Com pena de mim ela chorou
Suas lágrimas eram mágicas
Caiu na corrente e se arrebentou
Minhas mãos machucadas
Mas com o tempo ela se curou
Lê, lê, lê
Lê, lê, lê, lê, lê, lê, lê
La, la, la,
La, la, la, La, la, la, la (Coro)
Certa vez
Perguntaram a Seu Pastinha
O que era a capoeira
E ele, mestre velho e respeitado
Ficou um tempo calado
Revirando a sua alma
Depois respondeu com calma
Em forma de ladainha:
“A capoeira
É um jogo, é um brinquedo
É se respeitar o medo
E dosar bem a coragem
É uma luta
É manha de mandingueiro
É o vento no veleiro
É um lamento na senzala
É um corpo arrepiado
Um berimbau bem tocado
O riso de um menininho
Capoeira é o vôo de um passarinho
Bote de cobra coral
Sentir na boca
Todo o gosto do perigo
E sorrir para inimigo
Apertar a sua mão
É o grito de Zumbi
Ecoando no quilombo
É se levantar de um tombo
Antes de tocar o chão
É o odio
E a esperança que nasce
Um tapa explodiu na face
Foi arder no coração
Enfim
É aceitar o desafio
Com vontade de lutar
Capoeira é um pequeno navio
Solto nas ondas do mar (Coro)
É um barquinho pequenino, ô iaiá
CORO
A onda rolou na praia
E voltou correndo ao mar (2x)
Capoeira balançou
No rolê voltou a jogar
Capoeira balançou
No rolê voltou a jogar (Coro)
Meia-lua cortou o vento
Rasteira foi lá buscar (2x)
Capoeira balançou
No rolê voltou a jogar
CORO
Segura seu moço
Deixa o corpo balançar
No toque do berimbau
Capoeira vai ter que rolar
Na cadência do atabaque
Quero ver negro pular
CORO
Casei meu sangue com Deus
E jurei ao pé da cruz
Que eu iria me vingar
Vingança essa muito séria
Em que eu tinha que lutar
Com um negro muito forte
Que só jogava para matar
Mas o tempo foi passando
E eu fiquei a imaginar
Que pra ser bom capoeira
Tem que ter bom fundamento
e muita ginga pra jogar
Que pra ser bom capoeira
Tem que ter bom fundamento
e muita ginga pra jogar
Eu não carrego medo
Mas agüento com a mandinga
E carrego um patuá
Olha aqui, meu camarada
Se queres jogar, vamos lá
Se queres jogar, vamos lá
Ê, ê, ê, berimbau
Zum, zum, zum,
Cordão de ouro
Ê, ê, ê, berimbau
Zum, zum, zum,
Cordão de ouro
Meu berimbau instrumento genial
Meu berimbau você é fenomenal (Coro)
Berimbau instrumento de uma corda
Toca paz e toca guerra
E também chula de amor
Entro na roda
Logo vou te ‘acarinhando’
Com a baqueta e a moeda
Minha chula eu vou cantando
CORO
Prepare o arame
Envergue a madeira de Jequitibá
Traz a moeda e a cabaça
E o caxixi da feira que eu quero tocar
Meu berimbau lê lê
Meu berimbau camará
Ele é enfeitado com laços de fita
E as conchas do mar (Coro)
Eu enfrento o sereno
Disfarço o veneno nessa solidão
Toco São Bento Grande
São Bento Pequeno
Conforme a razão
Na roda o medo não cala
Moleque aprende a lição
Com as mãos na senzala
Negro se ajoelha fazendo oração
CORO
Vem menino vem
Descendo a ladeira
No cais dourado vai ter capoeira pra matar
Dança morena façeira
Baqueia na beira do mar
Negro velho de bobeira
Veio da Gameleira
Chegou para jogar
CORO
Faca de Tucum
Matou Besouro Mangangá
Faca de Tucum
Matou Besouro Mangangá (Coro)
Diz a história que mataram seu Besouro
Foi na Bahia, Santo Amaro em Salvador
Morreu deitado dentro de rede de corda
De nada valeu mandinga
Da traição não se salvou
CORO
Corpo fechado, magia com reza forte
Da vida não levava lição de ninguém
Cordão de Ouro, também chamado Besouro
Hoje joga capoeira
Com os mestres no além
CORO
Dormi sonhando
Com o berimbau tocando
Vejo uma roda com Besouro e Paraná
Fico lembrando desses mestres do passado
Sinto um desejo danado de capoeira jogar
CORO
Quem é você que acaba de chegar
Quem é você que acaba de chegar (Coro)
Eu sou Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Eu vim lá de Santo Amaro
Vim aqui só pra jogar
CORO
Eu sou Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Ando com corpo fechado
Carrego meu patuá
CORO
Me chamam Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Bala de rifle não me pega
Que dirá faca de matar
CORO
Aqui em Maracangalha
Você não vai escapar
Contra faca de tucum
Ninguém pode se salvar
CORO
Eu não sou daqui
Capoeira (Coro)
Eu sou de São Salvador
Eu fui discípulo de Bimba
Foi ele quem me ensinou,
Eu quero ver
CORO
Eu quero ouvir berimbau
Eu quero ver a rasteira
Na Angola e Regional,
Eu não sou daqui
CORO
Eu sou de São Salvador
Eu fui discípulo de Bimba
Foi ele quem me ensinou
Quando meu mestre se foi
Toda Bahia chorou
Iaiá ioiô
Iaiá ioiô
Iaiá ioiô (Coro)
Oi menino com quem tu aprendeu?
Oi menino com quem tu aprendeu?
Aprendeu a jogar capoeira, aprendeu
Quem me ensinou já morreu
Quem me ensinou já morreu
O seu nome está gravado
Na terra onde ele nasceu
Salve o Mestre Bimba
Salve a Ilha de Maré
Salve o mestre quem me ensinou
A mandinga de bater com o pé
Iaiá ioiô
CORO
Mandingueiro, veio de malemolência
Era ligeiro meu mestre
Que jogava conforme a cadência
No bater do berimbau
Salve o Mestre Bimba
Criador da Regional
Salve o Mestre Bimba
Criador da Regional
Iaiá ioiô
CORO
Aprendeu meia-lua, aprendeu
Martelo e rabo-de-arraia
Jogava no pé da ladeira
Muitas vezes na beira da praia
Salve São Salvador
Salve a Ilha de Maré
Salve o mestre quem me ensinou
A mandinga de bater com o pé
Iaiá ioiô
CORO
Quando meu mestre se foi
Toda Bahia chorou
Iaiá ioiô
CORO
Chora capoeira
Capoeira chora
Chora capoeira
Mestre Bimba foi embora (coro)
Mestre Bimba foi embora
Mas deixou jogo bonito
Deve estar jogando agora
Numa roda no infinito
CORO
Chora capoeira
Capoeira chora
Chora capoeira
Mestre Bimba foi embora
CORO
Prepare o corpo
Que o espírito esquentou
Sou capoeira
Onde tem biriba eu tô
Sou capoeira
Onde tem biriba eu tô (Coro)
Que luta é essa
De malícia e brincadeira
Só quem sabe é o capoeira
Muito cabra já tombou
CORO
E a capoeira
Que nasceu foi na Bahia
Todos sabem que hoje em dia
Pelo mundo se espalhou
CORO
E hoje em dia
Agradeço a Mestre Bimba
Que com toda sua mandinga
Regional ele criou
CORO
Oi, da Bahia
Todo mundo quer falar
Quem joga capoeira
E quem nunca foi por lá (Coro)
Brasília é minha terra
e daqui não saio mais
Mas as belezas da Bahia
Não esquecerei jamais
CORO
Lá do farol da Bahia
Vejo o Mercado Modelo
A igreja do Bonfim
e a Baixa do Sapateiro
CORO
Lemba do Barro Vermelho
Muito já ouvi cantar
É lenda de capoeira
Difícil de se explicar
CORO
Na Lapinha e na Ribeira
Muita gente ia ver
Roda de capoeira
Com Pastinha e Aberrê
CORO
Jogar capoeira de Angola
Não é brincadeira
Menino vem ver, lê lê
Com a cabeça no chão
Vai saindo de aú
Completando rolê (Coro)
Eu fui lá no cais da Bahia
Jogar capoeira
Lembrei de Pastinha e Seu Aberrê, lê lê
Capoeira de Angola
Não é brincadeira
Menino vem ver
CORO
Meu mestre sempre me falou
Solte o corpo menino
Deixe ele falar
Tem que ter sentimento
Para capoeira de Angola jogar
CORO
Você diz que entra na roda
Com ginga de corpo, sabe balançar
Tem que ser mandingueiro
Para capoeira de Angola jogar
CORO
Olha lei do cão, lê lê
Olha lei da pimenta
Olha lei do cão, lê lê
Olha lei da pimenta (Coro)
Olha o sangue, o chicote
O negro tá no tronco
E não pede clemência, lê lê
CORO
Oi eu vou falar, vou tornar a repetir
Capoeira que é bamba escorrega
Mas desce sem cair, lê lê
CORO
Capoeira, menino, é luta de valente
Num ritmo danado, num pique arretado
Que mexe com agente, lê lê
CORO
Capoeira menino, é bonita de ver
É melhor de fazer
Dona Alice me disse dá chapa de frente
E aú com rolê, lê lê
CORO
Põe no chão
Que eu quero ver, caboclo
Põe no chão
Que eu quero ver sinhá (Coro)
O cabra tá assustado
Tá com medo de apanhar
Tá se escondendo na roda
Mas não vai me escapar
CORO
O caboclo já fez sua jura
Partiu pro jogo de corpo fechado
No pescoço tinha um patuá
E pedia forças para Oxalá
CORO
Oi me dá forças pra jogar capoeira
Oi me dá foças pra tocar o berimbau
O desafio já está lançado
Faca de ponta vai lhe furar
coro
O berimbau
Na roda de capoeira
Certa vez silenciou
Até parece
Que isso é coisa do passado
Ver um homem ajoelhado
Porque seu gunga quebrou
Ai que tristeza
Como dói no coração
Também sofri, chorei
É porque eu compreendia
Pois também naquele dia
Eu ganhei meu berimbau
Perguntei qual o seu nome
Ele então me respondeu:
“Eu me chamo capoeira
da pedra de camafeu”
Será que meu Deus conhece
Quando a tristeza padece
Eu toco o meu berimbau
Se berimbau não falasse
Eu não falava também
Não jogava a capoeira
E não gostava de ninguém
Mas o meu berimbau fala
Fala berimbau
Joga a capoeira
Camafeu está chorando
Dizendo desta maneira, camará
Fala berimbau
Joga a capoeira
Camafeu está chorando
Dizendo desta maneira (Coro)
CORO
Dois capoeiras rezavam abaixados
Ao pé do berimbau
Dois capoeiras rezavam abaixados
Ao pé do berimbau
Berimbau bateu, Camafeu
Chamou pra jogar (Coro)
Olha a mulata dos olhos verdes
E saia rendada
Olha a mulata dos olhos verdes
E saia rendada
Água de côco
Colar de contas e patuá
Água de côco
Colar de contas e patuá
CORO
Iaiá já é tardinha
O mercado vai fechar
Capoeira vai pra rua
Já é hora de jogar
CORO
Na volta que o mundo deu
Na volta que o mundo dá
E quando amanhecer
Tudo vamos começar
Dá licença moço, dá licença
Que eu quero passar
Dá licença moço, dá licença
Que eu quero passar
CORO
Mas cadê mestre Pastinha
Que tinha oitenta prá lá
E ainda jogava capoeira
Com quem tem vinte pra cá
Dá licença moço, dá licença
Que eu quero passar
Dá licença moço, dá licença
Que eu quero passar
CORO
Iaiá, ô iaiá (Coro)
Acende o candieiro, iaiá
Só a luz ofuscante da candeia
e o clarão da lua cheia
É que faz o terreiro clarear
Hoje tem festa
no Quilombo dos Palmares
Já se ouve pelos ares
o som estridente do tambor
Ioiô, no rabo de arraia certeiro
No jogo de angola rasteiro
No bote da cobra coral
Com a ligeireza de um raio
Destreza fundamental
Quem paga o pato é o Capitão-do-mato
Na luta do bem contra o mal, ô iaiá
CORO
Ê, balança na barra da saia
Levanta sacode a poeira do chão
Oi abre a roda que agora o pau vai comer
No samba duro angolano
Na ginga do maculelê (2x)
E quem tem sangue quilombola não cai
Finge que vai mas não vai
Risca seu nome no vento
Rei Cangazumba vem dar início ao festejo
O pagode é um lampejo
que comanda o ritual
E o seu lamento era um grito de guerra
que ecoava pela terra
Tornando o quilombo imortal, ô iaiá
CORO
Lembrança da escravidão
De um negro na senzala
Tá gravada na mente
De um preto velho que fala
Uma dança diferente
Do negro se defender
Se você não der no preto
O preto dá em você
Capataz quer me bater
Meu Deus, não sei por que
Capataz quer me bater
Eu não fiz por merecer (2x) (Coro)
Tem mancha de sangue no tronco
É sinal de sofrimento
E quando o negro fugia
Pra morte faz juramento
Capataz é destemido
Diz que o negro vai buscar
E voltava carregado
Da mata capoeira
CORO
Você diz que é capoeira
Fala muito e não faz nada
Quero ver entrar na roda
Vacilar tomar porrada
Uma arte brasileira
Que mistura o bem e o mal
O sangue do negro é vinho
Dentro do canavial
CORO
Bahia que tem dendê
Bahia que tem dendê (Coro)
Bahia, minha Bahia
Sinto saudades de você
CORO
Bahia da capoeira
Como é bonita de se ver
CORO
Bahia de Mestre Bimba
Valdemar e Aberrê
CORO
Bahia de Santo Amaro
Terra do Maculelê
CORO
Bahia, minha Bahia
Fico longe de você
CORO
Bahia que é minha terra
E lá quero morrer
CORO
Capoeira, manha de preto velho
Nascida no tempo da escravidão
Capoeira levou a raça negra
Ao caminho de sua libertação
Eu vou dizer à você
E digo do fundo meu coração
Essa dança, essa luta brasileira
Faz o povo vibrar de emoção
De Nova Iorque ao México
Ou do Rio de Janeiro até o Japão
É no toque do berimbau viola
Seja São Bento Grande ou Angola
É que o jogo rola normalmente
Vou dizer
Ê, ê , ê, capoeira é do povo
Ê, ê , ê, que jeito de lutar diferente
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala (Coro)
Ai, o chicote batia
No meu tronco de valia
O meu corpo tremia
E meu sangue escorria
CORO
Mas o nê�go não desistia
Na necessidade de sobreviver
Falava mais alto e ele mesclava
Jogava capoeira pra valer
CORO
Zumbi foi morto nos quilombos
Quase que todos destruídos
Mas o nê�go com sua vontade
Resistiu mesmo assim
CORO
Ai, o chicote me batia
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
O meu corpo tremia
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
E meu sangue escorria
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
Tudo isso acabou
No tempo da escravidão,
Negro dormia na senzala
Vou embora…
Iê! Faz muito tempo
Me dói só de lembrar
Que o negro era escravo
Apanhava sem parar
Acordava bem cedinho
E com a dor da chibatada
Que ardia e não passava
Ia pro mato trabalhar
Trabalhava noite e dia
Não sonhava e mal dormia
E nem tinha tempo pra rezar
Por causa de tanta angústia
O negro fez uma luta
E fingiu ser uma dança
Pra poder se libertar
Assustada com essa dança
Que tinha gosto de vingança
A polícia proibiu
E tentou acabar assim
Com a capoeira no Brasil
Mas nada disso adiantou
A capoeira foi mais forte
Venceu o ódio e se firmou
O negro agora é livre
O pesadelo já passou
Capoeira hoje é vida
É arte, é poesia
É mistério, é sentimento
É vontade de vencer
É vontade de cantar
O laê laê lá
Ô lêlê
CORO
Prepare o corpo
Que o espírito esquentou
Sou capoeira
Onde tem biriba eu tô
Sou capoeira
Onde tem biriba eu tô (Coro)
Que luta é essa
De malícia e brincadeira
Só quem sabe é o capoeira
Muito cabra já tombou
CORO
E a capoeira
Que nasceu foi na Bahia
Todos sabem que hoje em dia
Pelo mundo se espalhou
CORO
E hoje em dia
Agradeço a Mestre Bimba
Que com toda sua mandinga
Regional ele criou
CORO
Capoeira, manha de preto velho
Nascida no tempo da escravidão
Capoeira levou a raça negra
Ao caminho de sua libertação
Eu vou dizer à você
E digo do fundo meu coração
Essa dança, essa luta brasileira
Faz o povo vibrar de emoção
De Nova Iorque ao México
Ou do Rio de Janeiro até o Japão
É no toque do berimbau viola
Seja São Bento Grande ou Angola
É que o jogo rola normalmente
Vou dizer
Ê, ê , ê, capoeira é do povo
Ê, ê , ê, que jeito de lutar diferente
Prepare o arame
Envergue a madeira de Jequitibá
Traz a moeda e a cabaça
E o caxixi da feira que eu quero tocar
Meu berimbau lê lê
Meu berimbau camará
Ele é enfeitado com laços de fita
E as conchas do mar (Coro)
Eu enfrento o sereno
Disfarço o veneno nessa solidão
Toco São Bento Grande
São Bento Pequeno
Conforme a razão
Na roda o medo não cala
Moleque aprende a lição
Com as mãos na senzala
Negro se ajoelha fazendo oração
CORO
Vem menino vem
Descendo a ladeira
No cais dourado vai ter capoeira pra matar
Dança morena façeira
Baqueia na beira do mar
Negro velho de bobeira
Veio da Gameleira
Chegou para jogar
CORO
Certa vez
Perguntaram a Seu Pastinha
O que era a capoeira
E ele, mestre velho e respeitado
Ficou um tempo calado
Revirando a sua alma
Depois respondeu com calma
Em forma de ladainha:
“A capoeira
É um jogo, é um brinquedo
É se respeitar o medo
E dosar bem a coragem
É uma luta
É manha de mandingueiro
É o vento no veleiro
É um lamento na senzala
É um corpo arrepiado
Um berimbau bem tocado
O riso de um menininho
Capoeira é o vôo de um passarinho
Bote de cobra coral
Sentir na boca
Todo o gosto do perigo
E sorrir para inimigo
Apertar a sua mão
É o grito de Zumbi
Ecoando no quilombo
É se levantar de um tombo
Antes de tocar o chão
É o odio
E a esperança que nasce
Um tapa explodiu na face
Foi arder no coração
Enfim
É aceitar o desafio
Com vontade de lutar
Capoeira é um pequeno navio
Solto nas ondas do mar (Coro)
É um barquinho pequenino, ô iaiá
CORO
Quem é você que acaba de chegar
Quem é você que acaba de chegar (Coro)
Eu sou Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Eu vim lá de Santo Amaro
Vim aqui só pra jogar
CORO
Eu sou Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Ando com corpo fechado
Carrego meu patuá
CORO
Me chamam Besouro Preto
Besouro de Mangangá
Bala de rifle não me pega
Que dirá faca de matar
CORO
Aqui em Maracangalha
Você não vai escapar
Contra faca de tucum
Ninguém pode se salvar
CORO
No meio da mata
De cima do morro
Tava cachoeira
Escutei água cantar
No meio da mata
Vi ninho de cobra
Por cima do morro
Avistei o carcará
Eu ouvi a água cantar
Lá na mata, ê chuá (2x)
O lala ê lelê
Ê chuá
O lalaê leá
Ê chuá
O lala ê lelê
Ê chuá (Coro)
A faca que queima
Escorrega na mangueira
No coro de um negro
Fazia ele gritar
Ele se vingava
Leva sua preta
Pra curar suas feridas
Nas belas cachoeiras
CORO
O couro do boi
Era feito o chicote
E capataz
Que gostava de bater
O boi foi comido
Pela fome e a vingança
Capataz foi morto
Porque tinha que morrer
CORO
Uma luta que era o maculelê
Virou dança para não morrer
Capoeira, cruzeiro, cerrado
Roda aberta pra quem quer jogar
O meu mestre quer ver você balançar
O meu mestre quer ver você balançar
O meu mestre quer ver você balançar (Coro)
Angola, angoleiro
Benguela e regional
Chamada para o camará
Angola, angoleiro
Benguela e regional
Chamada para o camará (Coro)
Chamada para o camará
Iê! Faz muito tempo
Me dói só de lembrar
Que o negro era escravo
Apanhava sem parar
Acordava bem cedinho
E com a dor da chibatada
Que ardia e não passava
Ia pro mato trabalhar
Trabalhava noite e dia
Não sonhava e mal dormia
E nem tinha tempo pra rezar
Por causa de tanta angústia
O negro fez uma luta
E fingiu ser uma dança
Pra poder se libertar
Assustada com essa dança
Que tinha gosto de vingança
A polícia proibiu
E tentou acabar assim
Com a capoeira no Brasil
Mas nada disso adiantou
A capoeira foi mais forte
Venceu o ódio e se firmou
O negro agora é livre
O pesadelo já passou
Capoeira hoje é vida
É arte, é poesia
É mistério, é sentimento
É vontade de vencer
É vontade de cantar
O laê laê lá
Ô lêlê
CORO
Eu sou negro, eu sou jogador
Vivia nesta cela fria
Esses negros, os escravos
São carrascos do feitor
Mas um dia ele distraído
A meia-lua o matou
Eu fugi acorrentado
A linda morena me encontrou
A corrente era de aço
Então por tanto não se arrebentou
Ela então olhou pra mim
Com pena de mim ela chorou
Suas lágrimas eram mágicas
Caiu na corrente e se arrebentou
Minhas mãos machucadas
Mas com o tempo ela se curou
Lê, lê, lê
Lê, lê, lê, lê, lê, lê, lê
La, la, la,
La, la, la, La, la, la, la (Coro)
Certa vez
Perguntaram a Seu Pastinha
O que era a capoeira
E ele, mestre velho e respeitado
Ficou um tempo calado
Revirando a sua alma
Depois respondeu com calma
Em forma de ladainha:
“A capoeira
É um jogo, é um brinquedo
É se respeitar o medo
E dosar bem a coragem
É uma luta
É manha de mandingueiro
É o vento no veleiro
É um lamento na senzala
É um corpo arrepiado
Um berimbau bem tocado
O riso de um menininho
Capoeira é o vôo de um passarinho
Bote de cobra coral
Sentir na boca
Todo o gosto do perigo
E sorrir para inimigo
Apertar a sua mão
É o grito de Zumbi
Ecoando no quilombo
É se levantar de um tombo
Antes de tocar o chão
É o odio
E a esperança que nasce
Um tapa explodiu na face
Foi arder no coração
Enfim
É aceitar o desafio
Com vontade de lutar
Capoeira é um pequeno navio
Solto nas ondas do mar (Coro)
É um barquinho pequenino, ô iaiá
CORO
A onda rolou na praia
E voltou correndo ao mar (2x)
Capoeira balançou
No rolê voltou a jogar
Capoeira balançou
No rolê voltou a jogar (Coro)
Meia-lua cortou o vento
Rasteira foi lá buscar (2x)
Capoeira balançou
No rolê voltou a jogar
CORO
Segura seu moço
Deixa o corpo balançar
No toque do berimbau
Capoeira vai ter que rolar
Na cadência do atabaque
Quero ver negro pular
CORO